segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Valsa individual.



Dois corpos se movem no salão. Na verdade, muitos se movem, mas somente dois se destacam. Dois corpos em cantos opostos bailam juntos e, também, separados. 

Uma música percorre o ambiente e faz os corpos se mexerem. Mas não aqueles dois, eles dançam. Não tem ninguém a quem impressionar. Dançam somente por dançar, porque os faz bem. As pernas fazem movimentos perfeitos e alinhados sem esforço algum, quadril e ombros movimentam o necessário. A música em si não tem importância.

Em certa troca de música, todos os outros corpos se juntam. Mas não eles, de novo, esses dois corpos não seguem o ritmo. As regras e formalidades da dança somente são respeitadas se houver desejo por eles. 

Mais trocas de músicas. Seus movimentos ainda separados se encaixam, se completam. Seus olhares também se cruzam, mas isso não possui relevância alguma. 

Mais músicas, parece que nunca se cansam. E, na verdade, não se cansam mesmo. Dançar é o que os faz bem e nada mais importa. 

Como que por destino, um destino traçado pela dança, os outros corpos que balançam os conduzem. São conduzidos um ao outro, os únicos sem par no salão. E, quando todos os outros se separam, seus movimentos se completam novamente, mas, desta vez, a dança os conduz juntos. 

                                                                                                                  See you soon. 

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