terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Quase resenha.

Confesso que estou ha anos-luz distante daqui e já havia desistido de qualquer tipo de escrita. Mas minha mais recente (?) leitura me fez correr para um lugar que eu pudesse falar.


Já não é mistério para ninguém que a série Divergente foi um sucesso mais que fenomenal e virou uma super moda por ai (com direito a pessoas no parque se separando por facções). Antes desse sucesso todo já tinha ouvido falar do primeiro volume por um amigo e me interessei. Mas não comprei.
O caso, caros amigos fantasmas, é que eu já estava desgastada desse tipo de história depois de certas mortes em certa trilogia de magos. Enfim, só fui ter o livro no inicio do ano quando uma amiga comprou e NÃO QUIS. (Desculpa amiga, mas a perda foi sua) Como boa bibliomaniaca que sou, resolvi dar uma chance e, amigos, foi o meu fim.
Todas as 500 paginas de Divergente foram lidas em questão de horas, uma noite para ser mais exata. Devorei aquela historia como se não houvesse amanha. Linha por linha. Dificuldade por dificuldade. Paixonite severamente aguda pelo Quatro e tristeza absurda com as mortes que vieram. T U D O. A história é tão bem formada e as reviravoltas tão WOW! Não tem freio.
Dai okay. Cabou. E agora ? O que fazer com a minha vida ? Quatro, me lembra como respira por favor, de preferência boca a boca. (parei)
Voltando, acabou que ganhei os dois livros seguintes da trilogia e Insurgente se foi em um pouco mais de tempo, mas não menos angustiante. Morre não morre, libera ou não libera, sou culpada ou não, facções ainda existem ? Minha mãe não morreu e só agora que to contando pra vocês trouxas! Mentiras, traições, romance, aliados e SURPRESAS.
Mais um livro que acabou e eu não sabia o que fazer porque 1- que final e 2- tava viajando e tinha muita gente a minha volta para perceber meu surto. Mas ai parei para pensar e: tava muito bom pra ser verdade.
E estava mesmo, a história tava super bem moldada, meus personagens continuavam firmes e fortes e nada poderia detê-los. Muito bom pra ser verdade.
Como curiosa e prevenida que sempre fui, no inicio do terceiro livro dei aquela marota olhada no final. UM NOME IMPORTANTE NÃO ESTAVA LÁ !
Era tudo o que eu precisava para formar toda a minha revolta e xingar a Verônica Roth de todos os nomes possíveis. Larguei o livro, larguei mesmo. Taquei longe. Fiquei tão irritada que fiquei uns dois meses sem ler nada.
Então resolvi dar outra chance.
Ainda não estava curada do meu ataque de fúria então só cheguei na metade do livro e comecei a pensar que a historia inteira tinha perdido o total sentido e saído do prumo, queria saber sobre que tipo de droga ilícita a escritora estava sob influencia quando resolveu dar aquele rumo a tudo. Fiquei irritada e .... parei de novo.
Mais dois meses.
Tentativas de ler outros livros sem ter vontade de terminar nenhum. e Convergente lá, no fundo de tudo, esquecido. Mais livros inacabados e a teoria de que não iria acabar nada enquanto ainda tivesse aquele como encosto.
Resolvi terminar.
Falei mal dele e da autora pra Deus e o mundo e as criaturas magicas. Uma pessoa completamente revoltada.
Até que finalmente me aproximei dA PARTE (sim, aquela parte que me fez desistir de tudo) e eu não conseguia parar de ler, que historia tão sinistramente articulada.
Meu personagem morreu ? Morreu. Fiquei triste e mal ? Fiquei. Me conformei ? Incrivelmente sim. E agora lhes digo todo o motivo do meu surto:
a autora conseguiu matar meu personagem de uma forma extremamente idiota, em vista das outras oportunidades que teve para isso, mas me fez aceitar. E eu aceitei porque ela também me fez passar por todo o luo, por toda dor e sofrimento que o outro sentiu e que em outros livros normalmente não é tão bem expresso, sempre exagerado ou mal feito. Ela me fez ver que não foi tão em vão, que tudo mudou, mas que sempre haveria a ferida. Ela fez o meu personagem crescer e acima de tudo, fez com que eu me identificasse. (Também criou uma das mais belas ultimas paginas de livro, diga-se de passagem) 

                                                                                                                                         See you. 
 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Creepy

Abri os olhos e nada tinha nitidez. Um rosto masculino embaçado e todo o resto na penumbra. Braços e pernas presos, afivelados em uma mesa de metal. Boca amordaçada com um pequeno galho e roupas no chão. Comecei a me debater, tentando, em vão, fugir. 
O desespero se instalou quando o rosto começou a parecer familiar. Aquele garoto, sim, aquele com camisa engomada e atos cronometrados demais. Jeremy, eu acho. Ele segurava algo similar a uma faca e outros instrumentos do mesmo tipo estavam por perto. 
Foi então que me lembrei, saíra mais tarde da monitoria de matemática aquele dia, ao que parece muitos alunos teriam provas e os professores não deram conta do trabalho de explicar.Ao passar pela praça principal, perto de já chegar ao conforto de minha casa, algo me atingiu na cabeça. 
Ele permaneceu em silêncio enquanto me fazia pequenos cortes pelo corpo. Ameaçou me cortar os dedos, mas houveram batidas na porta. Algo chegou, um saco preto bem grande e aparentemente pesado, com cheiro de açougue. Eram ossos cortados ao meio.  
Então, osso por osso, ele raspou toda a medula e espalhou por meu rosto. Aos gritos, me obrigou a comer aquela massa amarela. "Sem pensar em vomitar", ele gritava. 
Uma semana de tortura se passou, já havia desistido de fugir. Esperanças não existiam mais. Até que no decimo dia. por descuido, ele deixou uma fivela de minhas mãos solta e, quando ele caiu no sono, me soltei. Peguei uma de suas lâminas por precaução e fugi por uma janela, já que as portas possuíam cadeados. 
Estava no meio da floresta e haviam armadilhas por todo lado. Logo o ouvi correr atras de mim. Tentei correr mais rápido, o que era quase impossível por estar extremamente mal alimentada e com muitos machucados. Tropecei, caí e escorreguei. Então, ouvi vozes muito perto e avistei dois meninos andando na mata. Tentei gritar, mas foi em vão. Quando finalmente os alcancei, Jeremy também o fez. Agarrou minhas pernas e cai. Foi aí que eu acordei.  

PS: Esse não tem foto e nem nada muito feliz. Tive esse pesadelo essa noite e precisava tirar ele de mim de alguma maneira, então o usei numa história. 

Espero que não me considerem uma psicopata por isso, mas as series criminais ajudaram bastante. 

                                                                                                                See you. 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Interesse passageiro



Ela entrou no ônibus e se sentou ao seu lado, na cadeira do corredor. Com mochila nas costas e um pouco enrolada com o casaco, mas se ajeitou. Ele olhou para a janela, tinha uma mala pequena no colo.

O veículo parava e mais pessoas entravam, enquanto outras saiam.

Eles se olhavam pelo vidro, aquele atrás do motorista. Ambos eram tímidos demais para falar. Continuaram a se olhar, ela ajeitava o cabelo e, às vezes, sorria mordendo a boca. Ele encarava seu rosto de tanto a tanto.

Ficaram naquela espécie de dança, um quê de vai não vai. Poderiam ter dito 'oi, qual seu nome?' e começado a se falar. Ele poderia descobrir que ela adora ler, mas que aquele livro em seu colo era especialmente chato, que ela tem dois gatos e dois cachorros e que seu sonho é conhecer o mundo.

Ela podia descobrir que ele tinha feito um intercambio a pouco, mas que estava voltando da casa da tia e que eles tinham três amigos em comum. Alem de compartilharem o gosto pela natureza e brigadeiro de colher, que seus gostos musicais não eram parecidos, mas ambos eram ecléticos.

Mas então, o ponto do moreno chegou e, sem ainda nenhuma palavra, ele se levantou e ela deu passagem. Se olharam uma ultima vez e o assento ao lado da garota foi ocupado novamente.

                                                                                                                          See you soon. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Para ler.

           A probabilidade estatística do amor à primeira vista. 


Vou falar pra vocês que não sou muito de fazer resenhas, mas esse livro me deu vontade. Deu vontade porque o título te faz imaginar algo com mais dados e estatísticas, porque eu o li em 4 horas e também por ser um livro desses que você precisa ler de vez em quando pra se sentir feliz. Realmente um livro divertido. Mas, então. 

O livro é adolescente, mas não aquela chatice clichê, é adolescente porque eles tem 17 e 18 anos. Ele todo envolve o acaso da Hadley perder o voo por 4 minutos de atraso e ter que esperar 3 horas por outro. Ah, ela ta indo pra Londres, pro casamento do pai, e ela seria madrinha. Alem de estar revoltada, muito.  Então um garoto a ajuda com a mala, por livre e espontânea vontade, puro cavalheirismo. 

Primeiro ela pensa que ele quer roubar sua mala, mas depois acabam conversando e não vou ficar contando muito porque quero que quem quer que esteja lendo isso, leia o livro. Então eles passam um voo de 7 horas sentados lado a lado (ó o acaso, que meigo) como que fora de tudo, ele a ajuda a esquecer suas preocupações e ela não imagina as dele. 

Ele é o Oliver, um britânico gato que faz faculdade em Yale, sotaque presente (felicidade). Oliver trabalha em uma pesquisa, que não revela até o fim do livro, e faz brincadeiras com ela, alias, ele é muito divertido e charmoso.

Então o voo acaba, eles desembarcam e vai cada um prum canto diferente. Hadley vai pro casamento do pai, o qual sentia raiva por ter se separado da mãe e não via há mais de um ano, conhece a nova madrasta e tudo se desenrola. 

Não vou contar mais, mas poderia contar todo o livro aqui, fácil. Mas queria que alguém mais lesse a história e gostasse como eu. Achei muito legal a relação dela com o pai, o fato da raiva passar e ela lembrar de como nada mudou, que ela ainda é a coisa mais importante pra ele. Ah, quer algo muito legal também no livro ? Tudo, digo tudo mesmo e olha que acontece bastante coisa, acontece em exatos 1440 minutos, 24 horas.     
"Há dias, nesta vida, dignos da vida, e outros, dignos da morte" 
 -Charles Dickens, Nosso amigo comum. 

PS: As citações que a autora coloca desse livro são realmente muito boas e quero lê-lo         
                                                          
                                                               
                                                                                    See you soon. E leiam.




segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Valsa individual.



Dois corpos se movem no salão. Na verdade, muitos se movem, mas somente dois se destacam. Dois corpos em cantos opostos bailam juntos e, também, separados. 

Uma música percorre o ambiente e faz os corpos se mexerem. Mas não aqueles dois, eles dançam. Não tem ninguém a quem impressionar. Dançam somente por dançar, porque os faz bem. As pernas fazem movimentos perfeitos e alinhados sem esforço algum, quadril e ombros movimentam o necessário. A música em si não tem importância.

Em certa troca de música, todos os outros corpos se juntam. Mas não eles, de novo, esses dois corpos não seguem o ritmo. As regras e formalidades da dança somente são respeitadas se houver desejo por eles. 

Mais trocas de músicas. Seus movimentos ainda separados se encaixam, se completam. Seus olhares também se cruzam, mas isso não possui relevância alguma. 

Mais músicas, parece que nunca se cansam. E, na verdade, não se cansam mesmo. Dançar é o que os faz bem e nada mais importa. 

Como que por destino, um destino traçado pela dança, os outros corpos que balançam os conduzem. São conduzidos um ao outro, os únicos sem par no salão. E, quando todos os outros se separam, seus movimentos se completam novamente, mas, desta vez, a dança os conduz juntos. 

                                                                                                                  See you soon. 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Neobarroco estudantil



Eu estava conversando com uns amigos hoje e o assunto era a prova de inorganica e aquela coisa de: me matei de estudar, mas a cama tava me chamando. E, como tudo é mais interessante que revisar materia, surgiu um pensamento meio literario. 

A Ana Carolina, minha linda professora de literatura sincera ao mais extremo, disse que no periodo barroco o homem estava sempre em conflito, o conflito entre os prazeres carnais e o que é certo. No caso da epoca, o certo era a Igreja e todo o resto que o homem queria fazer e a Igreja não deixava, bom, a Igreja não deixava. Enfim, o homem era um tanto quanto culpado com medo de ir pro inferno. 

Dai surgiu o pensamento de que nós estamos no neobarroco. Não me chamem de louca, só sigam o raciocinio. 

A todo o tempo somos postos à prova, testes, seminarios, relatórios e tudo quanto é obrigação que é imposta à gente. E, junto com as obrigações, tem aquele sentimento de 'eu poderia estar fazendo algo melhor, mais divertido' que deixa sempre aquela pulga atras da orelha. Mas se não cumprir com a obrigação, o que será do seu futuro ? 

Sim, o capitalismo (o qual não sou contra, deixando claro) nos impôs que devemos estudar, para termos chance de arranjar um bom trabalho e trabalhar para ganhar dinheiro e se sustentar, alem de trabalhar bastante para ganhar mais dinheiro para ficar confortável. Se deixarmos de estudar para aquela prova, não estaremos seguindo esse certo e quem sabe no futuro seremos castigados? Eu não quero passar fome e nem ver algo que goste mas não possa comprar, você quer ? 

Assim, fica aquela culpa de sair do protocolo, mas a felicidade por ter feito algo que realmente foi interessante (ou só mesmo relaxante). Posso dizer que me considero no neobarroco, na constante culpa de fazer o certo ou se divertir mais com o medo disso me custar algo no futuro. Esse bendito futuro.  

                                                                                    See you soon.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

The boy next room.

Talvez você nunca vá saber que fico te olhando do outro lado da sala. Ou que só frequento o bebedouro quando você esta perto dele. Talvez não saiba que fico imaginando possibilidades de um dia nos esbarrarmos. 

Talvez nunca vá saber o quanto eu curto o seu estilo e seu cabelo curto. Mais ainda os seus óculos, realmente acho que atrás dessas lentes tem um cara legal. Só falta você saber. 

E quem sabe você não descobre, um dia, que adoro quando você coloca sua calça rasgada no joelho com uma blusa branca, alem do boné vermelho. As vezes você  suspeita, mas quem vai dizer?

Quem vai te dizer que sua risada é quase um veneno pra minha sanidade ou que imagino sua voz ? Que te procurei por fotos em redes sociais, sem êxito. Que quando um olhar se cruza fico sorrindo até o dia seguinte? É o mais platônico possível, mas o que posso fazer? 

Talvez você nunca vai saber nem sombra disso. E talvez também, mesmo com tudo isso, eu nunca saiba o seu nome. 


                                   Since I'm the girl next door, would you be my boy next room ?


See you soon.